Mais um livro sobre temas em aberto e assuntos encerrados

Um dos projetos da dupla Gémeo Luís-Eugénio Roda anda em volta do lobo como tema interdisciplinar. Depois de Paredes a Meias, surge Lobobullying:

A humanidade parece ter sempre contas a ajustar consigo própria. A sua história não tem mãos a medir, atualizando continuamente o braço de ferro entre a réplica e a mudança de comportamentos: guerra, intimidação, descriminação, perseguição, extermínio, tortura, desalojamento, emigração forçada ou exílio continuam a dar pano para mangas.
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LOBOBULLYING É TECIDO, RETALHO A RETALHO, COM PANO PARA MANGAS DE QUALQUER TAMANHO.

Na sociedade, no ecossistema, o homem vê-se a contas com os outros, os outros da sua espécie, os outros doutras espécies, num rol de ações, reações, contradições, relações, preocupações. O homem é uma espécie de colecionador de problemas. E, porque não há problema sem solução, ainda que utópica, também coleciona soluções.
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LOBOBULLYING MANTÉM AS PREOCUPAÇÕES AO PÉ, OS PROBLEMAS À MÃO E AS SOLUÇÕES À VISTA.

Em comunidade, resolver problemas – ou atenuar os seus efeitos – passa por cultivar espaços formais e informais de sensibilização, educação, informação, conversação, formação, exemplificação, ilustração, narração. Alimentar memórias, passar testemunhos, formar consciências, educar gerações, é um investimento sensível aos recursos e sedento de oportunidades.
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LOBOBULLYING É UM CONCENTRADO OPORTUNO DE PALAVRAS, IMAGENS, PENSAMENTOS, QUESTÕES, SENTIMENTOS.

Os temas socialmente pertinentes são mais do que muitos e as oportunidades de os tratar são ainda mais: identidade, individualidade, comunidade, minorias, etnias, racismo, xenofobia ou bullying somam-se na ordem do dia e multiplicam-se de dia para dia. Falar de coisas delicadas é sempre difícil mas pode e deve ser facilitado: conversar entre dedos que folheiam é mais fácil, ler histórias entre sorrisos é menos penoso, refletir a partir de comparações e analogias é mais ágil. Seja para quem fala e mostra seja para quem escuta e vê, os meios são cruciais para desbloquear a interação e a comunicação em qualquer contexto, pessoal, institucional, familiar ou profissional.

Lobobullying é um livro sobre o lobo, mas não é (só) sobre lobos. É um livro sobre (e contra) os mal-entendidos, os equívocos, a opinião precipitada, a perceção mal informada, a preguiça mental. É um livro às voltas com os estereótipos, com a natureza humana, com a contradição. Entre o confessional e o panfletário, entre o sopro e o grito, entre o literal e o metafórico, entre a realidade e a ficção fala das coisas como elas são, fala das coisas como elas gostam ou gostariam de ser. Vai direto ao assunto mas também fala das coisas como quem não quer a coisa.

Lobobullying é um livro-amigo e, como acontece com os bons amigos:
Dá-se bem com outros livros, filmes, documentários, peças de teatro, etc.
Dá-se bem em todos os lugares, em casa, na escola, na biblioteca ou no campo.
Dá-se bem com toda a gente, crianças, alunos, pais, avós, professores, mediadores, contadores, investigadores.
Dá-se bem em qualquer ambiente, nas aulas, no laboratório, no atelier, no palco.
Dá-se bem com qualquer desafio, estando sempre disponível, antes, durante e depois de qualquer acontecimento onde o seu contributo é bem-vindo.
Dá-se bem com a ecologia, cidadania, arte, política, economia, biologia, matemática, português, história, física, química, filosofia, música, literatura, engenharia.
Dá-se bem com temas difíceis, introduzir conversas e acompanhar desabafos, dar exemplos, ilustrar situações, pôr a pensar, dar espaço a emoções, gerar novos pontos de vista.
Dá-se bem com a vontade de trocar impressões, respeitar sentimentos, afinar perceções, alimentar o debate, questionar certezas, reforçar opiniões, dar a conhecer a realidade, agitar a curiosidade.
Dá-se bem com um sem número de coisas como musicar letras, jogar com ideias, palavras, formas, sons: começando com um uivo coletivo e terminando com um sussurro individual ou vice-versa.