Quando conheci o livro Catavento fiquei encantada

Catavento, logo Catabrisa. Um livro a braços com o vento não consegue estar parado, em sossego. O vento, a ventania ou uma simples brisa, arrancam, levam e espalham – páginas, imagens, palavras, cenários e personagens – garantindo uma coisa só, e a mais importante de todas, a liberdade: que precisa sempre e no mínimo de algum vento para ser lembrada provocada, de muita ou pouca ventania para ser concretizada, e de brisas diversas para ser entendida, aplicada:

O menino nasceu e começou a mexer.

Ao mexer-se, mexia com o ar que lhe embrulhava o corpo.

Disseram-lhe para não ser irrequieto.

Disseram-lhe que devia apenas respirar.

Mexer: pensar com o corpo.

Respirar: verbo que nos ajuda a dizer todos os outros

O menino começou a falar e a perguntar.

Por que não se mexem as casas?

Por que não se mexem os móveis?

O ar pesado e irrequieto da resposta muda deixava-o inquieto.

Perguntar: querer saber sabendo o que se quer.

Inquietar: lembrar sempre de nunca esquecer.

[…]

 

“O livro, desperta, cria emoções, elabora o pensamento, iluminando conceitos e valores: sonho, liberdade, curiosidade, criatividade, convivencialidade, mobilização, esperança, humanização. Como material didático é um excelente objeto para ser manuseado em casa e na escola. Poderá ser um ponto de partida para um projeto de trabalho que inclua palavras e atos. Professores e Mediadores culturais, criativos, vão certamente envolver crianças de diferentes idades no conteúdo do «Catavento», vão despertar-lhes a curiosidade, com eles fazerem diferentes leituras, diferentes interpretações, prolongamentos e reinterpretações ou criações: Catasol, Catachuva, Cataneve”.

Elvira Leite, professora, consultora
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O livro “Catavento” foi destacado na revista Nova Iorquina de Ilustração “3 x 3”, número 8, com direção de edição de Charles Hively. Deu depois origem a uma peça de teatro, «Catabrisa». Depois de estreado e apresentado em diferentes pontos do país, «Catabrisa» integrou o programa Chantiers d´Europe no Théâtre de la Ville em Paris em 2013. E continua a sua digressão, atualmente com mais de duas centenas de apresentações.

“Quando conheci o livro Catavento fiquei encantada pela forma como o texto e as imagens levam o leitor num movimento feito de vento entre palavra e desenho”

“Se o impacto nas crianças é positivo, o que temos observado é que os adultos, sejam professores ou pais, tem reagido de uma forma comovente e tocante. Há uma poética no Catabrisa que toca em algum ponto da vida de cada indivíduo”.

Susana Meneses, Teatro Maria Matos, Serviço Educativo.
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“Catavento é uma viagem profunda do descobrir dos sentidos desde que nascemos. As imagens de Gémeo Luís, para ilustrar este belíssimo texto de Eugénio Roda, apresentam-se sempre de uma forma surpreendentemente aberta. Em «Catabrisa», com o belíssimo cenário criado por Gémeo Luís, é manifesta a marca do seu trabalho através das opções estéticas e poéticas apresentadas. Faz-nos entrar num mundo irreal, onde se privilegia o espaço da imaginação e da criatividade”.

Joana Providência, encenadora e coreógrafa