Manuela Barros Ferreira

Manuela Barros Ferreira nasceu em Braga em 1938. Cresceu em mudanças pelo país, incluindo os Açores: Cabeceira de Basto, Guimarães, Mirandela, Moura, Beja, Vila Real, Porto. Cursou Belas Artes do Porto. Conheceu Cláudio Torres. Ambos anti-salazaristas, chegaram a ser presos pela PIDE. Casaram e fugiram do país. O destino foi a Roménia. O trabalho foi na Rádio Bucareste. Manuela cursou Filologia. Com as filhas em Portugal, regressou ao país um ano antes do 25 de Abril e foi novamente presa pela PIDE. Quando saiu, começou a trabalhar como bolseira na Universidade de Lisboa. Aí foi investigadora do Centro de Linguística durante trinta anos, tendo-se doutorado em 1987. Entre 1997 e 1999 foi responsável pela coordenação científica da equipa que instituiu a Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa, contribuindo para o seu reconhecimento como língua oficial. Criou em 2001 o primeiro site dedicado a essa língua, com um fórum para discussão.

Nas suas palavras: «Muitos anos de exílio, mergulhada em jornalismos radiofónicos; muitos outros anos numa profissão de ouvir gente portuguesa para lhe anotar as falas e as pronúncias; e alguns, muito poucos, a deliciar-me com o mirandês, fizeram-me amar as palavras, enquanto me cerceavam o tempo de escrever aquelas que pela cabeça me passavam e muito pouco tinham a ver com o rigor que a profissão de investigadora me exigia. Apenas depois de aposentada pude dispor de tempo para elas. A partir de então, o meu curriculum de escrituração ficcional caracteriza-se sobretudo pelo secretismo da internet». Mas também podemos folhear a sua escrita impressa em papel.

ALGUNS LIVROS
A Senhora de Todas as Mortes. Afrontamento. 2018.
Casa, Casarão, Minha Casinha. Com Cláudio Torres. Althum. 2017.
Contos de Querer e Poder. Ilustração de Manuela Bacelar. Afrontamento. 2017.
O Medonho – L Madronho – El Madroño. Afrontamento. 2015.
A Cor das Nuvens. Ilust. Nádia Torres. Afrontamento. 2015.
Meia-Bola. Ilust. André da Loba. Eterogémeas. 2006.